quinta-feira, 14 de março de 2013

"Raios e Trovões!"

Olá, amigos!
Você provavelmente já viu um raio, ou já ouviu um trovão. Ou o contrário. Existe uma maneira simples de se determinar a distância em que ele ocorreu: basta calcular o tempo entre o sinal luminoso e o som proveniente dele, e dividir o resultado por três; o resultado é a distância em quilômetros. Até a próxima!
Espera aí! Não é só isso que eu tenho pra vocês hoje!
Normalmente um raio dura menos de um segundo, e tudo o que vemos é um facho luminoso cortando o céu, da núvem para o solo, mas durante esse segundo, diversos fenômenos diferentes aconteceram, imperceptíveis aos nossos olhos. Hoje eu vou contar a história por trás de um raio.
Tudo começa quando, na núvem (normalmente do tipo cumulus-nimbus, mais conhecida como a grandona), cargas elétricas negativas se acumulam em sua base. O raio, então, se inicia com pequenas descargas, ainda dentro da nuvem. O campo elétrico entre núvem e solo então, começa a ionizar o ar. Basicamente, pequenos segmentos de ar ionizado começam a "procurar' o melhor caminho para o chão, criando o guia ou leader. Essa parte do processo você simplesmente não vê: esses segmentos possuem de 3 a 50 metros, e progridem a uma velocidade que pode chegar a milhares de quilômetros por segundo.
Quando a ponta inferior do leader está a alguns poucos metros do solo, a diversão realmente começa. O campo elétrico entre o leader e o solo se torna tão intenso que acontece uma descarga, vinda do solo. Ela pode ser proveniente de um objeto pontudo, ou uma árvore, ou aquele cara do trabalho que você odeia, e essa descarga completa o caminho para a descarga principal, ou return stroke. Nessa descarga, a ionização parte do solo para a base da núvem com uma velocidade de até 80.000 Km/s, dissipando energia em forma de luz, calor e som.
Daí você pensa: "Tá, return stroke e acabou, certo?". Nem sempre, aliás quase nunca. Normalmente o que acontece são descargas consecutivas. Centésimos de segundo após o return stroke, ocorre uma segunda descarga da núvem para o solo (dart leader, não confundir com Darth Vader), que aproveita o caminho já encontrado pelo leader e drena a carga da região da núvem próxima à sua origem. Logo após essa descarga, ocorre um segundo return stroke, e o processo volta a se repetir. Essa alternância é tão rápida que nosso olho percebe uma única descarga (ver A Arte que imita a Vida). Em geral, ocorrem de 3 a 5 descargas, mas já foram medidas mais de 20 em um único raio. De qualquer maineira, a maioria da energia é liberada no primeiro return stroke, que é o que costuma fazer estrago no objeto pontudo, na árvore, ou naquele cara do trabalho que você odeia.
Assim, da próxima vez que você vir o Sérgio Mamberti, diz um oi por mim.
Até a próxima!

Mapa do Labirinto