terça-feira, 27 de setembro de 2011

Puxar ou Empurrar: Eis a questão

Uma dúvida que recebi nesse fim de semana e achei extremamente interessante foi: o que é mais fácil, puxar ou empurrar?
Bom, primeiro vamos deixar as coisas bem claras: a princípio, a diferença entre puxar e empurrar é a posição que você se encontra entre o objeto e a direção na qual você quer movê-lo. Quando você empurra, você está exercendo uma força que faz com que o objeto se afaste de onde você está, mas quando puxa, a força que você faz traz o objeto para onde você está. Portanto, se é um corpo humano quem está realizando o trabalho de puxar e empurrar, então, por mais que não haja diferença na força que é exercida, com certeza há uma posição mais confortável para um dos dois, e esta depende de quais músculos se está utilizando, etc.
O caso é que, se eliminarmos o fator humano da nossa experiência - por exemplo, se estamos considerando apenas de que maneira a força exercida será mais útil, então não há diferença entre puxar e empurrar, uma vez que, para botar qualquer objeto em movimento, basta que ele vença aquilo que chamamos de força de atrito estático, que é a forcinha que age na superfície de contato entre o objeto e o chão que dificulta a sua movimentação. Para vencer a força de atrito estático, não importa se você puxa ou empurra, a força que se deve exercer é a mesma.
Agora, em se tratando de praticidade, há situações em que, de fato, puxar ou empurrar têm uma diferença fundamental. Alguns casos são, diria, clássicos:
i) Um carro com a bateria descarregada: deve-se empurrar, pois o risco de atropelamento é menor.
ii) Subir com uma caixa pesada num morro: deve-se amarrar uma corda e puxá-la, pois caso você se canse, ela não passa por cima de você.
Enfim, fisicamente falando, não há diferença entre puxar e empurrar, mas na vida prática muitas vezes temos que recorrer a algo além da Física pura e simples, levando em consideração a praticidade e o conforto.
A sua coluna vertebral agradece.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A Convenção de Genebra


Hoje não vou falar tanto sobre Física. Levando em consideração que já fiz a postagem do mês, vou me dar a liberdade de falar apenas de um assunto que me fascina como pessoa: A Convenção de Genebra. Mas vamos começar a história desde o princípio. Pra quem não sabe, existe uma coisa fantástica chamada "crime de guerra", e se há crime, é porque existe lei. As leis que regem uma guerra foram criadas nas chamadas Convenções de Genebra, que aconteceram entre 1863 e 1946, na cidade suíça. Essas convenções tinham como objetivo geral determinar regras que valeriam para as nações e seus constituintes, quando esses estivessem em guerra, tudo mais ou menos para evitar que Guerra fosse confundida com assassinato (o que, aliás, não funcionou, como qualquer pessoa que tenha lido "The Biglow Papers" sabe). De acordo com a última convenção, as leis de uma guerra são mais ou menos essas:
1. Da Frente de Batalha e Prisioneiros:
 i) É proibido o uso de armas químicas;
 ii) Prisioneiros de guerra devem fornecer seu nome e patente corretamente, sob punição da perda do direito à tratamento com humanidade e da proteção contra violência;
 iii) Prisioneiros podem ser visitados por um representante de seu país e têm o direito de conversar reservadamente, sem a presença do inimigo;
 iiv) É proibido matar quem tenha se rendido;
 v) É proibido o uso de balas explosivas ou que causem sofrimento desnecessário;
 vi) É proibido o ataque hostil, com projéteis de qualquer calibre, a balões e paraquedistas;
 vii) É proibido o ataque a cidades desprotegidas;
 viii) Se um exercito ocupar um país estrangeiro, deve providenciar alimento aos habitantes locais.
2. Dos Mortos e Feridos:
 i) Cabe aos países em guerra a identificação dos mortos e o informe aos familiares;
 ii) Devem haver zonas demarcadas para tratamento de doentes e feridos nas áreas de batalha;
 iii) É permitido o livre transporte de medicamentos;
 iv) Os hospitais civis demarcados com o símbolo da Cruz Vermelha são protegidos contra ataques.
3. Dos cuidados especias à Marinha:
 i) Tripulantes de navios afundados devem ser resgatados pelo adversário, e levados em segurança para terra firme;
 ii) Submarinos não podem afundar navios comerciais ou de passageiros sem antes retirar seus passageiros e tripulação.
A violação desses Tratados pode levar a juízo nas cortes internacionais de justiça.
Ainda não sei porque eles simplesmente não jogam War. Até mais!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Mapa de Piri Reis

Hoje em dia temos o Google Earth, mas antigamente, construir um mapa do planeta Terra, ou mesmo de uma região dele, era tarefa para os cartógrafos: homens normalmente ligados à navegação e que dispunham de recursos escassos e muitas vezes meras descrições vagas sobre a terra que visavam representar. Os mapas, principalmente na época das Grandes Navegações (séculos XV e XVI), adquiriram importância fundamental, e grandes avanços foram feitos na maneira como os homens enxergavam o planeta Terra.
Até aí, tudo bem. Os mapas tinham sua importância conhecida, e os cartógrafos possuíam as informações necessárias para fazerem o melhor possível e traçar da melhor forma possível, os litorais descritos pelos relatórios dos navegadores. Seria tudo muito simples, se não fosse a descoberta do Mapa de Piri Reis, em 1929, no Museu Topkapi, em Istambul. Este mapa é uma representação da costa do Atlântico Sul, datado de 1513. O próprio Piri Reis deixou registrado as fontes que ele teria usado para desenhar o tal mapa, o que leva ao grande mistério por trás dele: O mapa trás desenhada a costa da Antártida. Daí você pensa: tudo bem, talvez ele usou o mapa de alguém que já teria navegado até lá, e desenhou no seu mapa. O caso é que, no mapa de Piri Reis, a Antártida aparece como seria vista sem a cobertura de gelo. Só conseguimos saber atualmente, a forma do Continente Antártico sem essa cobertura através de análises sísmicas. A cobertura de gelo teve início aproximado em 4000 a.C., ou seja, as referências de Piri Reis para desenhar a Antártida data de uma civilização desta época. A questão é, que civilização teria vivido em 4000 a.C. que teria praticado a cartografia, ou mais específicamente, a cartografia de um continente aparentemente afastado geograficamente de qualquer outra civilização conhecida até então? Alguns céticos consideram que o mapa não trata do Continente Antártico, e sim uma extensão da América do Sul, onde estaria representada até a Terra do Fogo e as Ilhas Malvinas, mas tudo muito abertamente. Até hoje, o Mapa de Piri Reis carrega seus mistérios, e trata-se de um assunto fascinante da Cartografia. Melhor que o Google Earth.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A Pulseira

Tudo bem, essa semana me fizeram uma pergunta enquanto eu estava comendo que quase me fez ter um ataque. Me perguntaram como funciona aquela pulseirinha do equilíbrio, daquelas que passavam na Ana Maria Braga, e afins. Bem, o caso é que não posso explicar como funciona algo que não funciona.
Colocando um pouco de contexto na história, as pulseiras do equilíbrio eram muito populares até a alguns anos atrás, quando um bando de esportistas e estrelas de cinema andavam por aí exibindo-as. De acordo com a empresa responsável pelo produto, as pulseiras melhoravam o equilíbrio, o vigor e a flexibilidade do usuário. Isso tudo através de um efeito quântico da produção de íons pela pulseira. O caso é: a tal pulseira libera tantos íons quanto um relógio digital. De fato, o efeito da pulseira é muito mais psicológico do que qualquer outra coisa. Mas isso não sou eu quem está dizendo.
Há alguns anos, a ACCC (Australian Competition and Cosumer Commission) venceu a guerra contra as pulseiras, que enfrentavam uma série de denúncias, após uma série de testes em laboratório que, imaginem só, comprovaram que as tais pulseiras não poderiam absolutamente ter o efeito que lhe era atribuído.
Portanto, senhoras e senhores, me sinto um Mythbuster dizendo que, quando se trata da pulseirinha do equilíbrio, é mito.

Mapa do Labirinto